sábado, 27 de março de 2010

Um Passeio ao Amanhecer - II

Encheu-se de coragem e partiu à descoberta daquele recatado paraíso. Acompanhada pela sua coragem (a melhor companheira de qualquer pessoa),tranquilamente, descia com alguma dificuldade aquele penhasco brutalmente esculpido na montanha. À medida que baixava na altitude, crescia  a ansiedade no seu doce e assustado coração. Encoberta, agora, totalmente pela sombra que ameaçava enregelar o seu quente  íntimo (coração de anjo), aproximava-se da clareira verdejante que cintilava conjuntamente com o belo lago de águas cristalinas; águas pouco profundas, frias, transparentes e apelativas a um bom banho, na maior privacidade que se poderia desejar para por em ordem até os mais turbulentos pensamentos existentes na mente de qualquer pessoa de bem. Assim, aconteceu. Começou por deitar um olhar em todo o seu redor, seguindo-se depois, peça a peça, o seu desnudamento total. Ficou como deus a deitara ao mundo, nua. O seu corpo revestido de uma pele sedosa e macia, torneado como que por magia, fez arrebitar até as mais distraídas plantas, não esquecendo também os arbustos mais rechonchudos. A verdade é que todo o ser vivo que presenciava aquele surpreso espectáculo, ficou deslumbrado perante tamanha beleza. 

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